segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Boletim escolar na Internet irrita pais em São Paulo

Pais de alunos que estudam em escolas estaduais de São Paulo são impedidos de levar o boletim escolar dos filhos para casa e avisados de que a consulta das notas e faltas terá de ser feita por computador. O motivo é um programa da Secretaria de Educação que pretende disponibilizar os boletins pela Internet a todos os 5 milhões de alunos das 5,5 mil escolas do Estado. A notícia, entretanto, pegou pais e professores de surpresa na volta às aulas.

"Minha filha não pôde trazer o boletim. Quando cheguei à escola me disseram que se eu quisesse consultar o boletim teria de ter um computador. Ou então ir numa lan house", conta a doméstica Cristiane Ernesto de Oliveira, 30 anos, mãe de uma aluna da 4ª série da escola estadual de primeiro grau Walfredo Andrade Fogaça, de São José do Rio Preto, a 440 km de São Paulo.

Como Cristiane, outras mães reclamaram da medida porque - assim como a maioria dos pais de alunos das escolas estaduais paulistas -, não possuem computador em casa. Os pais reclamam que não foram avisados da mudança e dizem não ter dinheiro para gastar em lan houses. "Essa medida é excludente e não tenho R$ 1 para tirar do pão ou do leite dos meus filhos para gastar com isso. A educação é um dever do Estado que não pode cobrar por ela", afirma Cristiane.

Professores consultados também disseram ter sido pegos de surpresa com a introdução do programa. "A gente voltou para as aulas e ficou sabendo disso, mas não temos idéia de que como isso vai funcionar", resumiu um professor da cidade de Araçatuba.

Para a secretaria, está havendo um mal entendido. Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, todas as escolas terão de fornecer o boletim impresso para os pais. A consulta online será apenas um serviço a mais que o Estado vai oferecer aos pais que têm acesso à Internet. De acordo com a secretaria todas as escolas do Estado deverão estar disponibilizando os boletins online até o final do ano. Atualmente, 600 escolas da Capital estão recebendo o programa, que é alimentado pelas escolas e será acessado pelo site da Secretaria da Educação.

A dirigente regional de Ensino em São José do Rio Preto, Maria Sílvia Nakaoski, disse que a notícia dada aos pais da escola Walfredo Fogaça foi feita de forma indevida. Segundo ela, professores erraram ao antecipar a introdução do programa para alunos e pais. "Os pais ficaram assustados e deveriam ter recebido a informação correta, que não foi passada", diz Maria. Sílvia disse que os boletins impressos não foram repassados aos pais na escola Walfredo por causa de um mal entendido e porque as cadernetas com as notas e faltas estão sendo usadas para alimentar o site que vai disponibilizar as informações aos alunos. O site poderá ser acessado com uma senha com número da matrícula e data de nascimento dos alunos. Antes disso, segundo ela, os pais deverão receber orientações de como acessar o site e consultar as informações.

Fonte: Terra

Um comentário:

Anônimo disse...

Pobre é pobre para o resto da vida, não gasta 1 real com os estudos dos filhos, por isso que vira tudo bandido e traficante, estudando em escolar publica a vida toda e acha que isso soma alguma coisa na vida do filho, ainda chora por causa de 1 real para ir numa lan-house e imprimir o boletim do próprio filho.